domingo, 19 de março de 2017

                                           MEU  BATURITÉ
                                         
                                           Crônica  -  Hugo Moreira Pinheiro
                                         

           O passeio à serra, para visitar o belo prédio feito de pedras, do Mosteiro dos Jesuítas, na Serra de Baturité, era maravilhoso, divertido e dificultoso. Na minha adolescência, subi muitas vezes essa serra, juntamente com amigos, andando a pé, pela estrada construída com barro e com pedras, cheia de curvas e ladeiras, que ligava Baturité à vizinha cidade de Guaramiranga. Rumo aos jesuítas, à beira da estrada, ia-se apanhar a deliciosa fruta regional - a manga - que havia nesse tempo, em grande abundância, no mangueiral do sítio de propriedade dos padres jesuítas.
Esse bonito Mosteiro, construído no início da serra de Baturité, era sempre visitado aos domingos e feriados por pessoas que gostavam de fazer  penitência e participar do Retiro dos Padres Jesuítas.
E, por falar no passeio dos Jesuítas, lembrei-me também dos riachos e olhos d'água, com suas águas
límpidas e doce, existentes naquela serra. Ao subir as ladeiras dessa maravilhosa serra, lá de cima, no plano horizontal, situado em frente a esse magnífico prédio, construído em 1929, via-se toda a paisagem da cidade de Baturité, com seus bairros e rios que circundam às margens da cidade, inclusive o bairro do Putiú, onde tem a Estação de Trens da R.V.C. No entorno, numa vista
panorâmica dessa cidade, via-se também, as bonitas paisagens sertanejas, rumo à cidade de
Aracoiaba, com seus rios e serras, a bonita vista da Serra da Pedra Aguda e da Serra do Tamanco, poucos quilômetros distante dessa cidade.
Antes, na mesma estrada, rumo ao Mosteiro, não muito perto de chegar ao histórico prédio dos Jesuítas, à beira da estrada de rodagem, havia uma entrada para se descer até alcançar um caminho muito estreito e acidentado, onde se caminhava com muito sacrifício, indo de ladeira abaixo, numa descida muito dificultosa, até encontrar um rio que descia da serra. Logo em seguida, ao chegar naquele trecho, encontrava a cachoeira que descia da serra, formando um poço - o Poço da Moça - na qual se tomava banho e onde havia morrido uma moça, segundo os historiadores. Era um recinto agradável, cheio de ingazeiras e muito perigoso. Essa cachoeira, com um poço de água profunda, era
um dos principais atrativos de lazer que sempre aos domingos e feriados a rapaziada de Baturité
gostava de frequentar para tomar banho, aos domingos e feriados, principalmente em tempo de férias escolares, na época passada, dos anos 50.

BATURITÉ-CE

 Baturité
Trilha ecológica, Baturité
O nome Baturité significa "serra verdadeira" no idioma dos tupis, habitantes originais da região.
Localizada no sopé do Maciço de Baturité, numa altitude de 175m acima do nível do mar, a cidade, na época do ciclo do café, foi uma das mais ricas do Estado. Repleta de sítios, o município explora bem a fruticultura aliada à horticultura. Baturité é detentora de uma das últimas reservas da Mata Atlântica do Ceará, perfeita para a prática do Ecoturismo. 

Um lugar ideal para realizar trilhas ecológicas e caminhadas, onde é possível sentir de perto a natureza, respirar ar puro e aproveitar o frio agradável. Em meio à bela paisagem, o turista tem a oportunidade de conhecer as Cachoeiras da Volta, do Frade, do Perigo, do Jordão. 

Partindo para a história do município, o turista pode visitar monumentos como a Estação Ferroviária, a Via Sacra, com 365 degraus, a Escola Apostólica dos Jesuítas, também conhecida como Mosteiro dos Jesuítas, a Casa do Comendador Ananias Arruda e o Sítio Arqueológico Serra do Vicente. 

A 93km da Capital Fortaleza e com cerca de 31,1mil habitantes, Baturité tem ainda um rico artesanato em traçados de bambu e para o turista que gosta ou quer conhecer o forró, pode aproveitar a famosa Festa do Chitão, que acontece todo ano durante as festividades juninas, com grandes bandas de forró, atraindo milhares de pessoas. O acesso à cidade é feito pela CE-060 e CE-356. 


Atrações turísticas de Baturité

Cachoeira de Santa Edwiges
Em qualquer época do ano, os turistas que chegarem a Baturité poderão aproveitar a cachoeira Santa Edwiges. A bela vista e o relaxante banho são destaques no passeio. O programa é para quem procura o contato direto com a natureza.
No local, os visitantes têm a oportunidade de apreciar galinha caipira a cabidela ou um deliciosa peixada em um restaurante ao lado da cachoeira. Existe ainda uma pousada onde os turistas podem ficar hospedados e aproveitar a exuberância da natureza de Baturité. 


Parador dos Jesuítas
Parador dos Jesuítas
Parador dos Jesuítas.
Quem procura um local que combina com a paz da serra tem lugar certo para se hospedar em Baturité, o Parador dos Jesuítas. A construção, feita toda de pedra, foi inaugurada em 15 de agosto de 1927, sendo procurada por quem quer total tranqüilidade. O local deixou de ser uma escola de formação de sacerdotes jesuítas em 1963. 
Ainda administrado por jesuítas, o parador possui equipamentos adequados para a promoção de eventos. No local, os visitantes apreciam um belo jardim, uma horta e têm ainda uma visão privilegiada dos municípios de Baturité e Aracoiaba. 

Estação Ferroviária de Baturité.
O trem "Maria Fumaça" chegava e partia cheio de sacas de café. Assim era a rotina da Estação Ferroviária de Baturité, local estratégico para o escoamento da produção cafeeira do interior para a capital cearense. A estação foi uma das primeiras a ser construída no Ceará, em 1870. 
Hoje, o local preserva alguns dos equipamentos daquela época, como o trem "Maria Fumaça", além de conservar a arquitetura do próprio prédio. Na estação, funciona uma central de artesanato onde os turistas podem adquirir produtos feitos na cidade. 

Festival do Chitão de Baturité.
Os funcionários de uma fábrica de cerâmica, a 10 km de Baturité, começaram a festa há 20 anos apenas com um triângulo, uma zabumba e uma sanfona. 
Atualmente, o Chitão de Baturité tornou-se um dos eventos mais importantes no calendário do Estado. O tradicional forró ocorre durante as festas juninas atraindo milhares de turistas para curtir o arrasta-pé no frio da serra.